Um dos assuntos mais comuns no nosso dia-a-dia é o preconceito. E, atualmente, o preconceito linguístico tem sido muito comentado, apesar de nem todos saberem do que se trata. Abordaremos a seguir este assunto, com o intuito de informar e combater esse tipo de preconceito.
Na charge acima, vemos como esse tipo de preconceito geralmente é abordado: pessoas de alto nível social criticando quem (no ponto de vista delas, é claro) fala "errado".
Esse falar errado, acaba criando diversos conflitos, fazendo com que nem as próprias pessoas que criticam tal erro estejam totalmente certa do que dizem.
É exatamente aí onde entra o preconceito linguístico.
Esse tipo de preconceito engloba as diversas variedades lingüísticas, fazendo com que se torne um problema político e social. Isso faz com que a variedade lingüística das pessoas que ocupam alto nível social seja prestigiada, enquanto que a das que ocupam baixo nível, torne-se censurada.
Para os lingüistas, a noção de errado ou correto imposta por muitos em nossa sociedade é o que origina o preconceito contra as variantes, sem falar, é claro nos instrumentos tradicionais de ensino da língua, ou seja, a gramática normativa e os livros didáticos.
Um grande erro que as pessoas cometem, é o fato de julgarem a forma como os outros falam se baseando na gramática. O fato é que a língua falada é muito mais viva e flexível do que as regras escritas naquele livrão grosso. Portanto, língua falada e língua escrita são coisas totalmente diferentes. E assim como diz o escritor Marcos Bagno, a língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece e não gera vida nova, a não ser que venham as inundações.
É comum escutarmos os alunos dizendo que português é uma língua difícil, tornando a aprendizagem mais complexa pelo conseqüente desinteresse dos mesmos. Por conta disso, é importante que os professores promovam os instrumentos necessários para que todos possam ser capazes de compreender as linguagens formal e informal e adequá-la às diversas situações que lhes acontecerem. Há também a necessidade de fazê-los refletir sobre as diversas variações históricas, estilísticas, geográficas e sociais que a linguagem possui.
Entre os diversos exemplos a serem vistos, podemos citar o preconceito para com os nordestinos, quem tem suas formas de falar retratadas na televisão. Todos que os interpretam acabam forçando, fazendo com que os sotaques virem alvo de escárnio e deboche em plena rede nacional.
Para que essa situação mude, é necessário que a escola passe a contribuir profundamente para a libertação e formação do individuo, oferecendo uma educação anti racista com programas plurilingüísticos, valorizando a cultura de cada região. Pois é seu papel lutar contra todos os tipos de preconceito, não só o preconceito lingüístico, mas as discriminações sexuais, de raça e sociais.
A seguir, o humorista Nelson Freitas demonstra as diversidades culturais, entre as regiões. De maneira descontraída, ele consegue pôr boa parte do que realmente é dentro de suas apresentações. Vejamos a seguir:
A seguir, o humorista Nelson Freitas demonstra as diversidades culturais, entre as regiões. De maneira descontraída, ele consegue pôr boa parte do que realmente é dentro de suas apresentações. Vejamos a seguir: